Era abril de 2008 quando cheguei à capital paulistana para uma das mais desafiadoras missões da minha vida. Naqueles dias, fui convidado por um grupo de duas dezenas das maiores exportadoras de carne de frango do país para liderar uma entidade de expressão setorial: a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF).
Não cheguei sozinho. Comigo estava Ricardo Santin, amigo de longa data e parceiro que me acompanha desde os tempos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O objetivo: abrir novas oportunidades e ampliar a presença internacional do Brasil, a partir da melhoria da capacidade competitiva e do reconhecimento ao produto nacional. O desafio era grande, mas contamos com o apoio de pessoas formidáveis, dentro e fora da entidade.
Nossa determinação e nosso empenho foram absolutos. Ativamos missões presidenciais, articulações com mercados importadores e incontáveis ações de imagem nos países-alvo de nossas exportações. E, felizmente, não tardou para colhermos resultados.
Destaco, por exemplo, o estabelecimento do sistema de cotas que construímos voltado à União Europeia, reduzindo significativamente os impactos e os custos a quem exporta.
Também, vencemos painéis contra o Bloco Europeu e a África do Sul. E abrimos aquele que se tornaria o nosso principal mercado: a China.
O setor cresceu. E, com essa nova dimensão, surgiu a sensação de que era preciso ter uma entidade ainda maior, que englobasse a avicultura em todas as suas vocações. Foi quando unimos a União Brasileira de Avicultura (UBA) à ABEF, criando a União Brasileira de Avicultura (UBABEF).
Desde então, alcançamos níveis extraordinários de produção e exportação, com acúmulo de recordes. Vimos nossa presença institucional alçar voos ainda mais altos em eventos grandiosos – e instituímos o nosso Salão Internacional de Avicultura (SIAV). Conquistamos novos mercados não apenas para aves, mas também para ovos e genética. Constituímos uma entidade ampla, envolvendo todos os elos em uma força única e direcionada para o futuro.
Construímos um novo modelo de gestão e associação, dividida em câmaras temáticas. Intensificamos nossa participação em feiras internacionais. Estendemos nossos olhares para ações em novos mercados – como México, Malásia e Paquistão. Aos que se negam a atuar em um mercado livre, buscamos o respeito aos direitos do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Foi assim no painel contra a Indonésia.
As transformações da nossa entidade acompanharam o ritmo do nosso setor, com o vaivém de aquisições e incorporações, e a integração cada vez maior de dois setores: avicultura e suinocultura. E um sonho maior veio à tona.
Somando as forças da UBABEF às da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), nasceu a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Confesso que, mesmo nas projeções mais otimistas dos nossos planos, eu – filho de pequenos agricultores do interior de Marau, no Rio Grande do Sul, e com a vida ligada ao agronegócio – não vislumbrava um crescimento tão representativo. Uma expansão incrível, que rompeu barreiras e fronteiras.
Essa história, que escrevemos ao longo de 12 anos, nos permitiu chegar a um novo patamar, tanto para a associação como para o setor. De 2007, quando tínhamos 23 associados, agora totalizamos 140 empresas dos mais variados perfis. Adquirimos uma unidade própria na capital paulistana, com mais de 500 m². E, hoje, estamos sediados em três países: Brasil (São Paulo e Brasília), Bélgica e China.
O empenho de todos permitiu a ampliação das exportações de carne de frango em quase 1 milhão de toneladas, chegando a 4,2 milhões. Em carne suína, chegamos a 750 mil toneladas, crescendo quase 250 mil toneladas nestes anos.
Se consolidamos nossa liderança em exportações de aves, também expandimos nossa presença como grandes produtores, chegando à segunda posição no ranking mundial. De 10 milhões de toneladas, hoje estamos em 13,1 milhões – 30% a mais. Nos suínos, a evolução segue patamar semelhante, indo de 2,9 milhões de toneladas para as atuais 4 milhões.
Conquistamos o mercado de suínos da China e da Coreia do Sul. Também, abrimos Índia e Porto Rico, além da Mongólia, Camboja, Mianmar e República Dominicana em aves, entre outros. Viabilizamos a genética avícola do Brasil para grandes importadores, como Marrocos, México e Taiwan.
Ao longo desses anos, geramos US$ 1,2 bilhão em cerca de 100 ações internacionais com nossa valiosa parceria com a Agência Brasileira de Promoção e Investimentos (Apex-Brasil). Fortalecemos nossas marcas setoriais Brazilian Chicken e Brazilian Pork, e criamos novas: Brazilian Egg e Brazilian Breeders.
Transformamos o SIAV em SIAVS (Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura). Trata-se, hoje, do maior evento político, técnico e comercial dos setores no Brasil. Na última edição, foram mais de 20 mil visitantes, 100 palestrantes, 170 expositores e 1,7 mil congressistas. Participantes de 50 países estiveram aqui para conhecer de perto nossa vocação produtiva.
Criamos uma instituição sólida, unificada, de credibilidade global. Uma força nacional que nos permitiu superar crises de imagem sem precedentes, com gigantescos impactos no agronegócio brasileiro. Ainda temos vivos na lembrança os episódios da Operação Carne Fraca e da greve dos caminhoneiros. Dessas duras provações, saímos ainda mais fortes e preparados para encarar os desafios futuros.
Meus amigos e minhas amigas: tenho orgulho das páginas que escrevemos na ABPA. É emocionante ver o quanto, juntos, fizemos pelas pessoas de todo o país. Graças a essa iniciativa, geramos emprego e renda, segurança alimentar e oportunidades de crescimento.
Sinto, também, alegria por saber que essa trilha será continuada pelo Ricardo Santin, meu aliado desde o início e que teve papel decisivo em transformar sonhos em realidades. Para mim, a confiança em sua condução significa um prêmio e um reconhecimento.
Como disse no início, esta é uma história de trabalho e de gratidão.
Sou grato pelo apoio incondicional que recebi de tantos amigos do nosso setor – muitos que, como eu, percorrem essa trajetória em defesa do setor há anos ou décadas. Faço questão de mencionar, ainda, tantos líderes que não estão nos mesmos cargos, mas cujo incentivo, conhecimento e iniciativa fizeram a diferença.
Agradeço a confiança dos associados, dos meus diretores e de toda minha equipe na ABPA. Após 30 anos entre aeroportos, percorrendo mais de 70 países nos cinco continentes, terei agora a oportunidade de passar mais tempo com minha família. Também, de liderar uma nova iniciativa: Turra – Consultoria em Agronegócio. Ao informar meus novos dados profissionais, convido os amigos para seguirmos mantendo contato e construindo parcerias:
● Site: www.turra.com.br
● E-mail: francisco@turra.com.br
● Telefones: 11.99190-4125/51.3085-7908
● Endereço: Av. Carlos Gomes, 1492. Cjto. 1301.
Porto Alegre/RS CEP 90480-002
Continuarei com vocês, porém, em outra frente: atuando no Conselho Consultivo e apoiando institucionalmente o novo presidente da ABPA. Com menos intensidade, mas com a mesma paixão, seguirei lutando por essa atividade que transforma a vida de tantas famílias e orgulha o nosso país.
Como disse o Apóstolo Paulo, em uma de suas passagens mais emblemáticas: "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé". É com esse sentimento que me despeço dessa missão tão nobre confiada a mim por vocês. Muito obrigado!
Fraterno abraço.
Não cheguei sozinho. Comigo estava Ricardo Santin, amigo de longa data e parceiro que me acompanha desde os tempos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O objetivo: abrir novas oportunidades e ampliar a presença internacional do Brasil, a partir da melhoria da capacidade competitiva e do reconhecimento ao produto nacional. O desafio era grande, mas contamos com o apoio de pessoas formidáveis, dentro e fora da entidade.
Nossa determinação e nosso empenho foram absolutos. Ativamos missões presidenciais, articulações com mercados importadores e incontáveis ações de imagem nos países-alvo de nossas exportações. E, felizmente, não tardou para colhermos resultados.
Destaco, por exemplo, o estabelecimento do sistema de cotas que construímos voltado à União Europeia, reduzindo significativamente os impactos e os custos a quem exporta.
Também, vencemos painéis contra o Bloco Europeu e a África do Sul. E abrimos aquele que se tornaria o nosso principal mercado: a China.
O setor cresceu. E, com essa nova dimensão, surgiu a sensação de que era preciso ter uma entidade ainda maior, que englobasse a avicultura em todas as suas vocações. Foi quando unimos a União Brasileira de Avicultura (UBA) à ABEF, criando a União Brasileira de Avicultura (UBABEF).
Desde então, alcançamos níveis extraordinários de produção e exportação, com acúmulo de recordes. Vimos nossa presença institucional alçar voos ainda mais altos em eventos grandiosos – e instituímos o nosso Salão Internacional de Avicultura (SIAV). Conquistamos novos mercados não apenas para aves, mas também para ovos e genética. Constituímos uma entidade ampla, envolvendo todos os elos em uma força única e direcionada para o futuro.
Construímos um novo modelo de gestão e associação, dividida em câmaras temáticas. Intensificamos nossa participação em feiras internacionais. Estendemos nossos olhares para ações em novos mercados – como México, Malásia e Paquistão. Aos que se negam a atuar em um mercado livre, buscamos o respeito aos direitos do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Foi assim no painel contra a Indonésia.
As transformações da nossa entidade acompanharam o ritmo do nosso setor, com o vaivém de aquisições e incorporações, e a integração cada vez maior de dois setores: avicultura e suinocultura. E um sonho maior veio à tona.
Somando as forças da UBABEF às da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), nasceu a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Confesso que, mesmo nas projeções mais otimistas dos nossos planos, eu – filho de pequenos agricultores do interior de Marau, no Rio Grande do Sul, e com a vida ligada ao agronegócio – não vislumbrava um crescimento tão representativo. Uma expansão incrível, que rompeu barreiras e fronteiras.
Essa história, que escrevemos ao longo de 12 anos, nos permitiu chegar a um novo patamar, tanto para a associação como para o setor. De 2007, quando tínhamos 23 associados, agora totalizamos 140 empresas dos mais variados perfis. Adquirimos uma unidade própria na capital paulistana, com mais de 500 m². E, hoje, estamos sediados em três países: Brasil (São Paulo e Brasília), Bélgica e China.
O empenho de todos permitiu a ampliação das exportações de carne de frango em quase 1 milhão de toneladas, chegando a 4,2 milhões. Em carne suína, chegamos a 750 mil toneladas, crescendo quase 250 mil toneladas nestes anos.
Se consolidamos nossa liderança em exportações de aves, também expandimos nossa presença como grandes produtores, chegando à segunda posição no ranking mundial. De 10 milhões de toneladas, hoje estamos em 13,1 milhões – 30% a mais. Nos suínos, a evolução segue patamar semelhante, indo de 2,9 milhões de toneladas para as atuais 4 milhões.
Conquistamos o mercado de suínos da China e da Coreia do Sul. Também, abrimos Índia e Porto Rico, além da Mongólia, Camboja, Mianmar e República Dominicana em aves, entre outros. Viabilizamos a genética avícola do Brasil para grandes importadores, como Marrocos, México e Taiwan.
Ao longo desses anos, geramos US$ 1,2 bilhão em cerca de 100 ações internacionais com nossa valiosa parceria com a Agência Brasileira de Promoção e Investimentos (Apex-Brasil). Fortalecemos nossas marcas setoriais Brazilian Chicken e Brazilian Pork, e criamos novas: Brazilian Egg e Brazilian Breeders.
Transformamos o SIAV em SIAVS (Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura). Trata-se, hoje, do maior evento político, técnico e comercial dos setores no Brasil. Na última edição, foram mais de 20 mil visitantes, 100 palestrantes, 170 expositores e 1,7 mil congressistas. Participantes de 50 países estiveram aqui para conhecer de perto nossa vocação produtiva.
Criamos uma instituição sólida, unificada, de credibilidade global. Uma força nacional que nos permitiu superar crises de imagem sem precedentes, com gigantescos impactos no agronegócio brasileiro. Ainda temos vivos na lembrança os episódios da Operação Carne Fraca e da greve dos caminhoneiros. Dessas duras provações, saímos ainda mais fortes e preparados para encarar os desafios futuros.
Meus amigos e minhas amigas: tenho orgulho das páginas que escrevemos na ABPA. É emocionante ver o quanto, juntos, fizemos pelas pessoas de todo o país. Graças a essa iniciativa, geramos emprego e renda, segurança alimentar e oportunidades de crescimento.
Sinto, também, alegria por saber que essa trilha será continuada pelo Ricardo Santin, meu aliado desde o início e que teve papel decisivo em transformar sonhos em realidades. Para mim, a confiança em sua condução significa um prêmio e um reconhecimento.
Como disse no início, esta é uma história de trabalho e de gratidão.
Sou grato pelo apoio incondicional que recebi de tantos amigos do nosso setor – muitos que, como eu, percorrem essa trajetória em defesa do setor há anos ou décadas. Faço questão de mencionar, ainda, tantos líderes que não estão nos mesmos cargos, mas cujo incentivo, conhecimento e iniciativa fizeram a diferença.
Agradeço a confiança dos associados, dos meus diretores e de toda minha equipe na ABPA. Após 30 anos entre aeroportos, percorrendo mais de 70 países nos cinco continentes, terei agora a oportunidade de passar mais tempo com minha família. Também, de liderar uma nova iniciativa: Turra – Consultoria em Agronegócio. Ao informar meus novos dados profissionais, convido os amigos para seguirmos mantendo contato e construindo parcerias:
● Site: www.turra.com.br
● E-mail: francisco@turra.com.br
● Telefones: 11.99190-4125/51.3085-7908
● Endereço: Av. Carlos Gomes, 1492. Cjto. 1301.
Porto Alegre/RS CEP 90480-002
Continuarei com vocês, porém, em outra frente: atuando no Conselho Consultivo e apoiando institucionalmente o novo presidente da ABPA. Com menos intensidade, mas com a mesma paixão, seguirei lutando por essa atividade que transforma a vida de tantas famílias e orgulha o nosso país.
Como disse o Apóstolo Paulo, em uma de suas passagens mais emblemáticas: "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé". É com esse sentimento que me despeço dessa missão tão nobre confiada a mim por vocês. Muito obrigado!
Fraterno abraço.
