ACCS - Associação Catarinense de Criadores de Suínos
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A UNIÃO FAZ A FORÇA: SURGE A ACCS


A virada da década de 1950 para os anos 60 foi um momento de prosperidade. Os negócios iam bem, as agroindústrias ampliavam sua produção, e a suinocultura firmava-se como uma atividade cada vez mais promissora. Mas, apesar do desenvolvimento alcançado, muito havia ainda por fazer, principalmente no que dizia respeito ao melhoramento genético do rebanho suíno, sinônimo de rentabilidade para a indústria e o produtor. E o desafio seria mais facilmente enfrentado pela organização da cadeia produtiva.

Após a criação da Associação Brasileira de Criadores de Suínos – ABCS em Estrela – RS, surge em meio a este cenário a Associação Catarinense de Criadores de Suínos - ACCS, a primeira organização estadual a se preocupar com a qualidade da suinocultura e com a defesa dos interesses dos produtores, focados naquela época em conquistar tecnologias que melhorassem a produtividade e em organizar exposições que, ao mesmo tempo em que projetassem a região como um grande centro produtor da suinocultura brasileira, procurassem trazer reprodutores de avançada qualidade genética para implantar nas granjas da região.

A iniciativa da criação da ACCS partiu de um grupo de suinocultores, de representantes da agroindústria e da sociedade local, que, após muitos debates e reuniões em torno da atividade, resolveram por deliberar, no dia 04 de julho de 1959, pela formação da entidade, que teria foro na cidade de Concórdia e atuação em todo o estado de Santa Catarina. No mesmo dia, foi nomeada uma comissão organizadora para elaboração dos estatutos e feito o registro dos primeiros associados. O encontro contou com a presença de 81 pessoas, entre criadores, técnicos, representantes da sociedade local e do setor agroindustrial, que foram considerados os sócio-fundadores da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, um marco para a suinocultura catarinense e que, por sua atuação ao longo dos anos, mudaria o panorama da suinocultura brasileira.

A primeira sede da ACCS foi numa pequena sala cedida pela Associação Rural, e ali a entidade permaneceria por dez anos. No dia 24 de julho de 1959, a criação da ACCS é oficializada e, um mês depois, o agricultor Armindo Oscar Augustin era eleito presidente da Associação, cuja primeira diretoria ficaria assim constituída:
Presidente – Armindo Oscar Augustin
1º Vice Presidente – Mario Fontana
2º Vice Presidente – Orestes Munaretto
1º Secretário – Laury Ribeiro Neves
2º secretário – Odílio de Arruda Lins
1º tesoureiro – Ivo Reich
2º tesoureiro – Atalibio Schuch
Conselho Fiscal:
1º Floriano Anater
2º Antonio Brunetto
3º Severino Bordignon
Suplentes
1º Suplente – Antonio Baseggio
2º Suplente – Bertoldo Weber
3º Suplente – Ernesto Secchi

Desde o momento de sua implantação, a ACCS teve atuação significativa, a ponto de elevar a região ao reconhecimento de todo o Brasil, como centro de referência na produção e industrialização de suínos, e de conquistar para Concórdia o direito de realizar anualmente a exposição nacional de suínos.

Paulo Tramontini recorda que no início dos anos 60 ficou patente o potencial do Oeste catarinense para a suinocultura, sobretudo pela qualidade dos produtores organizados em torno da ACCS. A Entidade começou a trabalhar intensamente na assistência aos criadores, enviando técnico para orientar no manejo, nutrição e sugerir melhorias técnicas, visando ao aumento da produtividade. O aprimoramento constante do material genético era outra grande preocupação, mas que ficou mais fácil de contornar, a partir do momento em que a Associação passou a coordenar as importações, contemplando de forma mais rápida e econômica os associados.

Reprodutores foram trazidos dos Estados Unidos e Europa para acentuar a tendência de produção de suínos tipos carne. “A consciência dos produtores na melhoria genética, dos animais, motivada pela ACCS, foi fundamental para o diferencial adquirido por Santa Catarina frente aos demais estados”, observa Tramontini, que chegou a Concórdia para trabalhar no Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, mas que logo dedicaria a maior parte de sua vida ao progresso da suinocultura catarinense. A respeitabilidade do Estado como centro suinocultor começou a despertar o interesse de outras regiões, que vinham buscar aqui o referencial e técnicos para atuar em indústrias e empresas públicas espalhadas pelo Brasil.



AS PRIMEIRAS EXPOSIÇÕES

Um ano depois de criada a Associação, a ACCS já promovia uma primeira grande exposição de suínos e, na mostra seguinte, daria início à tradição de julgamento e premiação dos animais, com objetivo de estimular a melhoria genética constante das raças. Nessa época estavam sendo introduzidos reprodutores da raça Landrace, oriundos da Dinamarca, e Large White, da Inglaterra, que “eram animais de boa carcaça para a carne”, conforme lembra Victor Fontana.

A realização das exposições, iniciadas por Attílio Fontana, já eram tradição entre os colonos pioneiros, que estariam entre os fundadores da ACCS, como Faustino Sopelsa, Antonio Merlo Filho, Diomédio Bósio e Antonio Piccinin.  O deputado Moacir Sopelsa lembra que seu pai, Faustino Sopelsa, era um entusiasta da suinocultura e foi um dos primeiros a investir em animais trazidos de fora. Ele recorda que as três primeiras matrizes registradas eram duas fêmeas Duroc e uma Landrace. A primeira exposição, conforme consta na biografia de Victor Fontana, foi realizada ainda em 1953, onde se encontra o atual Parque de Exposições de Concórdia, construído a partir da doação de um terreno adquirido pela Prefeitura, Sadia e Associação Rural. As exposições motivavam os suinocultores a melhorar seus plantéis.

A partir de 1964, Concórdia passa a ser o centro das exposições, com a realização da II Exposição Nacional de Suínos. A primeira havia sido em Estrela – RS. Nessa época, o presidente da ACCS já era o engenheiro agrônomo Sílvio Ferraz de Araujo, um dos pioneiros do serviço de extensão rural em Santa Catarina e que sucedeu, na presidência, o diretor da Sadia e o irmão de Victor, Mario Fontana, que foi o segundo presidente da entidade.

Com as exposições nacionais, segundo Élvio Flores, começou a haver uma disputa por grandes títulos de animais, o que passou a valorizar os suinocultores que investiam na aquisição de reprodutores importados. As granjas passaram a ser observadas pela qualidade de seus plantéis, e as crias oriundas desses animais alcançavam alto valor no mercado.

Apesar de todas as precariedades da época e da conturbação política vivenciada no país, em função do golpe militar, a exposição nacional de 1964 foi um marco para a suinocultura catarinense e projetou Concórdia para a Brasil. A maior preocupação, segundo Sílvio Ferraz de Araujo, era divulgar o suíno tipo carne,que estava restrito praticamente aos três estados do Sul e mesmo assim ainda visto com receio por parte de alguns produtores e empresas, como ocorria por exemplo, com o frigorífico Pagnoncelli, de Joaçaba, que insistia na produção de banha. O presidente da ACCS, por incentivo da Sadia, coordenou uma campanha estadual de divulgação tipo carne.  

Na época, tanto as indústrias que faziam fomento e se sobressaiam na produção de derivados suínos de qualidade, quanto os melhores criadores, procuravam ter a genética mais avançada, e pagavam bem por isso, o que valorizava de maneira extraordinária os reprodutores importados. Élvio Flores recorda que numa das ocasiões um grande campeão Large White foi vendido pelo preço de um Comodoro (Maverick). “Esse foi um acontecimento que rendeu manchete em jornais no Brasil inteiro”.



O REGISTRO GENEALÓGICO DOS ANIMAIS

 Uma iniciativa implementada logo depois de criada a Associação foi o registro genealógico do plantel de suínos, com o objetivo não apenas de ter um controle preciso do rebanho, mas também de acompanhar a evolução genética da suinocultura.

Esse registro é o documento que identifica a origem do animal. Grosso modo, pode ser comparado ao nosso registro de nascimento. É um documento altamente informativo, onde constam todas as características e qualidades do suíno.

O registro existe desde que foi fundada a ABCS, em 1955. Anteriormente, o controle, de forma precária, era feito pelo Ministério da Agricultura, que, a partir da fundação da Associação, transferiu a incumbência e os livros do chamado Pig Book brasileiro aos cuidados da entidade. Com a criação da ACCS, o controle em Santa Catarina passou a ser feito por esta associação. Cada suíno nascido era imediatamente identificado, constituindo um completo arquivo de animais.

Numa época em que não havia informatização e as comunicações eram precárias, o controle era trabalhoso. Outro fator que dificultava era o número reduzido de profissionais qualificados. Para fazer o registro, era necessária uma equipe técnica, composta pelo diretor do registro, que obrigatoriamente tinha que ser engenheiro agrônomo, veterinário ou zootecnista, além de inspetores nas granjas de produção de material genético, para que eles verificassem a qualidade dos animais e orientassem o produtor a emitir uma série de documentos, como notificação de cobertura das fêmeas, notificação de nascimento dos leitões e tatuagem dos animais. Esses dados eram enviados à Associação, que emitia o certificado de registro. Caso houvesse algum problema, o produtor era orientado a descartar o animal, que deveria ir para o abate em frigorífico e não receberia o registro.

A suinocultura, de meados dos anos 1960 em diante, expandia de tal forma que seria necessária uma grande estrutura só para fazer o registro dos animais. Contratado no início dos anos 70 para a função de diretor administrativo da ACCS, José Vicente Ugolini lembra que a entidade “tinha uma sala com mais de 20 moças datilografando só para dar conta desse trabalho”. Ao todo, na equipe administrativa, havia uma equipe de quase 40 funcionários.

Para manter a estrutura funcionando, era preciso viabilizar algum tipo de arrecadação. E o controle genealógico passou a ser a principal fonte de renda da ACCS, com a instituição de uma taxa para o registro.

O registro genealógico passou a ser tão importante para o controle e aprimoramento do plantel da suinocultura brasileira, que foi realizado um amplo programa para a divulgação desse trabalho. Os responsáveis pelo programa eram técnicos do serviço de extensão rural do Estado, cedidos pela Acaresc e colocados à disposição da ACCS. O controle passou a exercer tamanho rigor que, das exposições, só podiam participar os animais registrados. Esta passou a ser uma exigência também para a comercialização de suínos para qualquer parte do Brasil com isenção de impostos. Com isso, garantia-se a pureza das raças, o que revertia em melhor qualidade da matéria prima. Só as granjas com registro genealógico dos animais conseguiam efetuar venda para os grandes frigoríficos.
O acompanhamento rigoroso que se fazia do rebanho existente foi essencial para o conceito sanitário adquirido pela suinocultura catarinense. Já em 1966, a ACCS identificava significativa redução nos índices de brucelose e tinha por objetivo a erradicação completa da doença, que, por ser uma zoonose, podia ser transmitida ao homem. A Entidade então implantou no Estado um sistema de informação aos produtores, visando ao combate da doença. Paralelo a isso, verificavam-se outras conquistas, como o aumento da taxa de natalidade dos animais das diversas raças, que apresentava crescimento constante.

O rígido controle exercido por meio do registro genealógico, e o trabalho de entidades como a ABCS e ACCS na inspeção e seleção de animais, paralelamente à introdução de raças puras com maior teor de carne e menos gordura, foram fundamentais para a distribuição de reprodutores de qualidade em todo o Brasil, o que contribuiu sobremaneira para a valorização da carne suína como uma das mais importantes fontes de proteína animal a chegar à mesa dos brasileiros.



EXPANSÃO E BUSCA DA SEDE PRÓPRIA

Em apenas uma década de existência, a atuação da ACCS foi tão marcante que não mais se podia conceber o desenvolvimento da suinocultura catarinense sem a existência dessa entidade.
Quando assumiu a presidência da Associação no fim dos anos 60, o médico Zoé Silveira D’Ávila, já atuando em uma das direções da Sadia, trabalhou principalmente na ampliação do número de associados, procurando criar núcleos da ACCS também em outros municípios. Como era necessário, para a constituição de um núcleo, um número mínimo de dez sócios efetivos, a Entidade atuava no sentido de despertar nos agricultores o interesse pela suinocultura.

O fim da década de 60 foi um período de muitas exposições e importações de suínos de raça, com aumento considerável do plantel em função não apenas da ampliação produtiva de frigoríficos existentes, mas também por ocasião do surgimento de novas empresas. No extremo-oeste do Estado, em Itapiranga, entrava em funcionamento, no ano de 1967, o frigorífico Safrita, fundado ainda em 62, por iniciativa de 800 sócios. Só no ano em que foi inaugurado, este frigorífico abateu 31 mil cabeças, número que seria ampliado para 54 mil no ano seguinte. Além de Sadia, Perdigão, Seara, Chapecó e Saulle Pagnocelli, que eram considerados frigoríficos de grande porte, havia outros, de médio e pequeno porte, dos quais pode-se destacar o Safrita, O Fricasa ( Frigorífico Canoinhas S.A), fundado em 1962, o Unifrico ( União Velosense de Frigoríficos), de Salto Veloso, fundado em 1963 por um grupo de agricultores e suinocultores, a Indústria Reunidas Ouro, fundada em meados dos anos 60, e o Frisulca ( Frigorífico Sul Catarinense), de Criciúma, fundado em 1963.

É importante ressaltar que o maior volume de industrialização ocorria no Vale do Rio do Peixe, com a Sadia respondendo , em 1968, por 22,7% dos quase 63% que a região representava no abate estadual de suínos. Na mesma época, o Extremo – Oeste respondia por 23,8% do abate; o Vale do Itajaí, por 13%, e o Sul, por 0,4%.

Não só o Meio- Oeste, mas, sobretudo Concórdia tinha atuação destacada no cenário da suinocultura catarinense, o que justificava a presença da ACCS no município e agora, devido ao volume de produção e à expansão crescente da atividade, necessitava a Associação, pela importância do trabalho que desenvolvia, uma sede própria. Foi com esse desafio que o agrônomo Paulo Tramontini, por incentivo de Zoé Silveira D’Ávila, assumiu a presidência da ACCS em 1969. Ele foi o presidente que mais ficou à frente da entidade, comandando a Associação por 24 anos, ao longo de 12 mandatos.

A construção do prédio deu-se em parceria com o Governo do Estado, uma vez que a obra, além da ACCS, viria a abrigar também a Acaresc (atual Epagri). Inicialmente foi feito o pavimento inferior, com o prédio sendo concluído definitivamente na virada de 1974 para 1975, oferecendo condições, além da estrutura necessária para o funcionamento da Associação, de abrigar várias entidades representativas ligadas à agricultura e ao mercado suinocultor.



NOVOS RUMOS PARA A SUINOCULTURA
   
A suinocultura catarinense vive uma expansão sem precedente na virada dos anos 60 para os 70 e a ACCS assume papel de liderança cada vez maior na representação dos produtores, conquistando apoio e concretizando parcerias fundamentais ao desenvolvimento do setor, sobretudo no que diz respeito à qualidade da matéria-prima produzida no Estado, com o objetivo de fazer da suinocultura catarinense a melhor do Brasil.

Em 1971, Santa Catarina já ocupava o 2º lugar no ranking da produção nacional de suínos, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul. Mas, o grande trabalho assumido a partir de então foi o melhoramento genético dos animais, com a importação e a disseminação de reprodutores de raça por toda Santa Catarina a até para outras regiões do País.

Conheça os detalhes da história da Associação Catarinense de Criadores de Suínos através do vídeo “ACCS 50 Anos de História”.




ASSISTA O VÍDEO ABAIXO





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